terça-feira, 23 de março de 2010

Para não azedar a diversão

(Texto retirado da Veja Rio de 25 de abril de 2007)

* Não saque seu santo celular em vão. Preste atenção nos lugares em que atende o telefone e no tom que usa para falar, pois ninguém precisa ouvir sua conversa. Recorra ao vibracall como regra, sobretudo no trabalho. É preciso cuidado, também, com o volume de toque do aparelho, e, se for polifônico, a atenção deve ser redobrada. Tenha e mente que um funk barra-pesada pode queimar seu filme no escritório. "O tipo de toque é uma escolha pessoal” destaca a socialite Helena Gondim, organizadora do livro Sociedade Brasileira. "Mas o vizinho não é obrigado a escutar aquilo."
* No restaurante não deixe o aparelho sobre a mesa, seja para guardar lugar, seja por comodidade. É anti-higiênico. Outro hábito desagradável é o de certos espectadores que usam o celular para tirar fotos em shows e peças. Mesmo que o artista não a perceba do palco, a luz do aparelho incomoda quem está do lado. "Celular é para urgências", lembra Danuza Leão, autora do manual de etiqueta Na Sala com Danuza "É uma indelicadeza enorme atender o aparelho quando acompanhado ficar conversando por muito tempo."
* Assim que der o ingresso para bilheteiro da casa de shows, cinema o teatro, desligue seu celular. Mesmo no silencioso, o aparelho acende uma luz quando chamado. "O uso de celular durante a exibição é um desrespeito ao público e aos artistas", afirma o ator Vladimir Brichta. Aliás, não é de bom tom falar durante uma peça, concerto ou filme. Porém, tão chatos quanto aqueles que matraqueiam são os que reclamam em voz alta. Se a falação persiste, o melhor a fazer e olhar para o tagarela, fazer um psiu ou chamar um funcionário.
* Fila muito grande e cansativa? Sim. Mas nada justifica desrespeita quem chega cedo para garantir um bom lugar. Não tenha vergonha de parece antipático e recuse o pedido de quem abordá-lo perto do caixa para pedir que compre mais um ingresso. Se furarem fila na sua frente, pode botar a boca no trombone. O mesmo princípio vale para quem adora esparramar bolsas e casacos nas poltronas do cinema, guardando vaga para o casal de amigos que chegara em cima da hora. E a poltrona da frente, mesmo vazia, não é apoio para seus pés.
* Programe-se para chegar com folga no horário. Irrita ver aquela pessoa trombando no escuro para encontra seu assento. No Teatro Municipal, há dois aparelhos de TV, no foyer e no restaurante, para quem chegar atrasado poder assistir ao espetáculo até a porta ser reaberta no intervalo. "Não permitimos que entrem com o espetáculo iniciado", diz Luiz Paulo Sampaio, direto da casa. Pela mesma lógica, não saia da sala antes do término da apresentação. Para evitar o mico de aplaudir o concerto na hora errada, espere as palmas ganharem força e, então, acompanhe; maioria. Jamais cantarole a melodia. Afinal, a atração que todos querem ouvir está no palco, não na platéia.
* Tudo bem, o carioca é informal no jeito de se vestir. Mas, definitivamente teatros e salas de espetáculo não combinam com chinelo de dedo e camiseta (muito menos com as intoleráveis regatas masculinas).
* Pipoca pode? Depende. Se o filme for um arrasa-quarteirão barulhento, pouco provável que o ruído da mastigação seja ouvido. O mesmo não vale para um filme-cabeça iraniano repleto de cenas silenciosas e pausas reflexivas. Escolha um cinema que combina com suas preferências. O Grupo Estação, por exemplo, só oferece pipoca em três de suas quinze salas da Zona Sul da cidade. "Não temos nada contra mas não vemos como algo necessário. Nosso público nunca pediu", diz Adriana Rattes, diretora de novos negócios e marketing do grupo.

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